Fábio Carneiro e a arte de dar cor à cidade de Aveiro

Não nasceu nem cresceu em Aveiro, mas já deixou várias marcas na cidade. E também não será arriscado dizer que foi durante uma das várias estadias na cidade da ria que deu um passo decisivo na sua carreira.
27 fev 2022 min de leitura

Não nasceu nem cresceu em Aveiro, mas já deixou várias marcas na cidade. E também não será arriscado dizer que foi durante uma das várias estadias na cidade da ria que deu um passo decisivo na sua carreira. Falamos de Fábio Carneiro, de 33 anos, artista que assina o famoso mural alusivo ao Tubarão dos Oceanos (Atita), entre outras pinturas graffiti. Acaba de completar mais uma, que apesar de ainda não ter sido inaugurada, já anda nas bocas do mundo. O mural dos Ovos Moles, instalado na Rua Calouste Gulbenkian, não consegue passar indiferente a quem passa naquele ponto central da cidade. Uma obra que serviu de pretexto para a Aveiro Mag conversar com o artista natural do Porto e que é representado pela Galeria Nuno Sacramento Arte Contemporânea desde 2013.

 

Tudo começou por volta dos 13 anos, na escola, quando Fábio Carneiro sentiu curiosidade e vontade de aprender a desenhar e a fazer graffitis. “Seguiram-se anos e anos de evolução”, conta o artista que se assume como autodidacta, na certeza de que o facto de não ter tirado um curso superior na área das artes em nada o tem impedido de aprender. “Hoje em dia, temos muita informação disponível, tanto na Internet, como nos livros, possibilitando aos artistas evoluir não só na parte técnica como também na parte visual e interpretativa”, declara.

 

Em 2013, Fábio Carneiro iniciou a sua carreira como tatuador no estúdio Sublime Villa – actualmente tem estúdio próprio na cidade de Fafe, Braga – e foi precisamente por conta das tatuagens que começou a estabelecer uma relação com a cidade de Aveiro. “Já são oito anos com uma ligação especial a esta terra”, nota, sem abdicar da sua condição de “portuense”.

 

 

 

 

O início de uma nova fase

 

Escolheu a envolvente da Praça do Peixe para desenvolver a sua primeira obra de arte urbana em território aveirense, experiência que o levaria ao encontro do galerista Nuno Sacramento, que não tardou a reconhecer-lhe talento. “Lembro-me perfeitamente do dia, da hora, em que ele apareceu lá de bicicleta, com uma série de perguntas muito específicas”, recorda. “Uma delas era: qual é a tua cotação artística? Nenhuma pessoa comum pergunta isso. Percebi logo que ele percebia de arte”, prossegue.

 

Estava, assim, iniciada uma nova fase na sua carreira, com a realização de várias exposições individuais e de outros murais. Um dos mais emblemáticos nasceu, precisamente, em 2014. “O mural do Atita é das minhas obras favoritas e costumo dizer que ela é mais conhecida do que o próprio autor. A quantidade de vezes que já foi fotografada, filmada para novelas, é enorme”, vinca, sem descurar ao mural aos Ovos Moles. Muito pelo contrário. “Acredito que esta pintura vá ter uma repercussão ainda maior do que a do Tubarão dos Oceanos”, antevê.

 

Ainda que continue a desenvolver trabalhos artísticos em telas, Fábio Carneiro assume que são os trabalhos murais que mais o desafiam e realizam. “Nas paredes temos o desafio da escala e temos de ter foco”, reconhece, juntando a esta equação o prazer que lhe dá trabalhar ao vivo. “Numa fase inicial, confesso que isso me incomodava, mas agora gosto. As pessoas fazem parte do processo”, frisa.

 

Concluído o mural dos Ovos Moles, outros projetos se seguirão. Fábio Carneiro admite que há convites na calha, mas remete quaisquer anúncios para mais tarde.

 

 

 

Fonte: aveiromag.pt

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